terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

E a Saúde?

Se a área de Educação vive um bom momento, com a reestruturação do setor e a realização de concursos públicos, a Saúde vem sendo relegada a segundo plano, infelizmente, embora os o setor sofra com grande carência de profissionais, tanto no estado como na Prefeitura do Rio. As duas gestões ainda não reforçaram o quadro efetivo de pessoal de seus hospitais e realizaram apenas seleções temporárias ou contratações via Organizações Sociais (OSs).

Em âmbito municipal, a afirmação do prefeito Eduardo Paes de que ainda este ano será realizado um concurso para a área de Saúde chega como um alento, já que todos os hospitais do município funcionam abaixo das expectativas. Até então, a Prefeitura do Rio de Janeiro só havia contratado pessoal para atuar nas Clínicas de Família. Essas admissões foram feitas pelas OSs (sob o regime celetista), que, na realidade, não deixam de ser uma espécie de terceirização. Menos mal que, em quase a totalidade, essas organizações selecionaram seus funcionários por meio de provas, aferindo os conhecimentos dos candidatos.

Já o governo do estado apostou suas fichas nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), que até vêm agradando a população, quando esta precisa de um atendimento emergencial. Contratações foram feitas, mas apenas para atuação temporária, o que não despertou muito o interesse dos profissionais da área.

No entanto, o estado também esqueceu-se de reforçar os quadros dos hospitais da rede, contratando profissionais efetivos pelo meio democrático do concurso público. Por também querer admitir somente pelo regime celetista e não pelo estatutário - conforme deveria ocorrer naturalmente -, o governo vai levando a banho-maria a área de Saúde, aguardando uma definição sobre a legalidade ou não das Fundações Estatais de Direito Privado, que foram aprovadas pela Assembleia Legislativa do Estado (Alerj).

Mas isso precisa ser revisto rapidamente, pois a população não pode e nem deve esperar por uma decisão judicial para ter um atendimento digno nos hospitais da rede estadual. O que se espera agora é que o governador Sérgio Cabral ou o secretário de Saúde, Sérgio Côrtes, assim como já fez o prefeito Eduardo Paes, anuncie em breve um grande concurso para a área, abrangendo diversas carreiras, em especial da parte emergencial e administrativa, e não apenas para funções estratégicas e de gestão, como já está sendo programado.

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