terça-feira, 10 de janeiro de 2023

CLASSIFICAÇÃO E NOME DAS FRATURAS DOS MEMBROS SUPERIORES

 

Fraturas são lesões que causam rompimento ou trincamento de um osso. Elas podem ser fechadas, quando o osso não é exposto, ou abertas, quando há rompimento da pele. As fraturas geralmente ocorrem em virtude de algum impacto, queda ou esmagamento. Além das fraturas ocasionadas por traumas, existem as patológicas e as causadas por estresse. As fraturas são facilmente percebidas, seja pelo aparecimento dos ossos através da pele (fratura exposta) ou pela dor.


Classificação das fraturas:

• Fraturas por avulsão – uma forte contração muscular separa o tendão do osso.

• Fratura cominutiva – osso se quebra em vários pedaços.

• Fratura por compressão (esmagamento) – geralmente ocorre nas vértebras. Por exemplo, o corpo de uma vértebra da coluna vertebral pode colapsar por causa da osteoporose.

• Fratura com luxação – a articulação se torna luxada e um dos ossos apresenta uma fratura.

• Fratura patológica – quando uma doença subjacente enfraquece os ossos e provoca a ruptura.

• Fratura em galho verde – o osso se deforma, mas não ocorre a fratura. Ocorre nas crianças. É dolorosa, mas estável.

• Fratura incompleta – o osso é parcialmente fraturado de um lado, mas não quebra completamente e o resto do osso permanece intacto. É mais frequente entre as crianças, que têm ossos mais elásticos.

• Fratura com separação óssea – quando o osso é fraturado e um fragmento se afasta do osso.

• Fratura longitudinal – ao longo do eixo do osso.

• Fratura espiral- uma fratura onde um pedaço de osso é girado.



Terminologia de alinhamento de fraturas

 O alinhamento refere-se à relação associativa entre longos eixos dos fragmentos da fratura. Uma fratura está alinhada se os eixos longitudinais do osso permanecem paralelos entre si.


Aposição

• A aposição descreve a maneira pela qual as extremidades fragmentadas do osso fazem contato entre si. Existem três tipos de aposição:

 

1. Aposição anatômica: Alinhamento anatômico das extremidades dos fragmentos de ossos fraturados, onde as extremidades dos fragmentos fazem contato total.

2. Ausência de aposição (distração): As extremidades dos fragmentos estão alinhadas, porém afastadas e não fazem contato entre si (p. ex., em decorrência de tração excessiva)

3. Aposição em baioneta: É uma fratura na qual os fragmentos se sobrepõem e os eixos fazem contato, mas não nas extremidades da fratura.




Nomes de fraturas do Membros Superiores:

 

 Fratura do tofo ou explosiva

Esta fratura cominutiva da falange distal pode ser causada por um golpe esmagador na porção distal do dedo ou do polegar.


Fratura do tofo ou tufo

Dedo em martelo

O “dedo em martelo” é uma deformidade causada quando o tendão responsável por esticar a ponta do dedo (tendão extensor terminal) é lesionado. Quando ocorre algum trauma na ponta do dedo, a flexão forçada faz uma tração excessiva no tendão que pode romper e, algumas vezes, até avulsionar um pedaço de osso junto com o tendão. Como consequência, instala-se a deformidade em flexão e uma incapacidade de extensão da ponta do dedo acometido.

Dedo em Martelo

Fratura do boxeador

A fratura de boxer (boxeador), ou fratura do colo do 5 metacarpo, é uma das fraturas mais comuns da mão, em torno de 20% destas, e é a fratura de metacarpo mais comum. Apesar do nome, a sua incidência em pugilistas profissionais é rara. A causa mais frequente foi agressão (soco em superfície rígida), 48% dos casos, sendo que os homens jovens são os mais afetados por este tipo de fratura. A maior parte destas são lesões isoladas, simples, fechadas e estáveis.

Fratura do Boxeador

Fratura de Colles

Relatada em 1814 por Colles, é uma fratura extra-articular da extremidade distal do rádio com deslocamento dorsal (pra trás) do fragmento do rádio, promovendo uma deformidade clínica típica (deformidade em “garfo de jantar”).

Mais de 90% das fraturas de rádio distal são desse padrão. Está associada a uma queda sobre o punho hiperestendido e em desvio radial com o antebraço pronado.


Fratura de Colles

Fratura de Smith

É uma fratura extra-articular da extremidade distal do rádio, levando a um desvio volar (pra frente) do fragmento distal da fratura, promovendo uma deformidade em “pá de jardim”. Foi nomeada pelo cirurgião irlandês Robert William Smith em 1847. Pode ser classificada em três tipos e o mecanismo de lesão é uma queda sobre o punho flexionado com o antebraço fixo em supinação.


Fratura de Smith


Fratura de Barton

Ganhou essa denominação em homenagem ao cirurgião americano John Rhea Barton. Em 1838, ele descreveu pela primeira vez uma fratura no rebordo posterior da extremidade distal do rádio que apresenta traço intra-articular com subluxação do carpo acompanhando o desvio do fragmento articular, que pode ser volar ou dorsal.

O mecanismo de lesão é por cisalhamento, geralmente proveniente de uma queda sobre o punho dorsifletido com o antebraço fixo em pronação.



Fratura de Barton


Fratura do Hutchinson (chofer)

Em 1866, o cirurgião britânico, Jonathan Hutchinson, descreveu uma fratura intra-articular com traço oblíquo, do processo estilóide do rádio, por avulsão com os ligamentos extrínsecos permanecendo presos ao fragmento estilóide, formando um fragmento triangular.

O mecanismo de lesão é a compressão do escafóide contra a estilóide com o punho em dorsiflexão e desvio ulnar.

 


Fratura de Hutchinson (Chofer)


Fratura de Essex-Lopresti

A fratura recebeu o nome do cirurgião britânico Peter Essex-Lopresti, que em 1951 apresentou dois casos. É uma lesão muito grave devido ao comprometimento de quase todos os estabilizadores do antebraço, levando a uma “dissociação radioulnar longitudinal aguda”.

 É caracterizada pela combinação de fratura da cabeça do rádio, lesões da membrana interóssea e lesões da articulação radioulnar distal.


Fratura de Essex-Lopresti

Fratura de Holstein-Lewis

É uma fratura em espiral do terço distal da diáfise do úmero. Muitas vezes, apresenta um risco de 22% de paralisia nervosa crônica, pois pode promover o aprisionamento do nervo radial à medida que ele atravessa o úmero distal.

 Foi relatada pela primeira vez em 1963, pelos cirurgiões americanos Arthur Holstein e Gwilym Lewis e está tipicamente associada como consequência de trauma contuso.

Fratura de Holstein-Lewis

 

Fratura de Hill-Sachs

Foi descrita pela primeira vez em 1940 por Hill e Sachs,  está associada a aproximadamente 40% a 90% de todos os eventos de instabilidade anterior do ombro. Pode chegar a 100% naqueles que apresentam instabilidade recorrente.

É uma fratura que ocorre devido a compressão da região posterossuperolateral da cabeça do úmero contra a porção anteroinferior da cavidade glenóide, durante a luxação anterior do ombro quando o membro superior encontra-se em abdução e rotação lateral.


Fratura de Hill-sachs

Lesão de Bankart

Lesão de Bankart é uma lesão da face anteroinferior do lábio da cavidade glenoidal. A causa usual advém de uma luxação anterior da região proximal do úmero. As luxações repetidas podem resultar em uma pequena fratura por avulsão na região anteroinferior da margem da cavidade glenoidal.




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